quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Chemise à la reine 1780s

    Traje 1780s composto de chemise feita em voal, sash em tafetá e gargantilha em veludo e renda, todos feitos por mim. Desenhei esse traje baseado no modelo tradicional de chemise à la reinemostrado em pinturas da época. 

     Usado pela primeira vez no VII Picnic Vitoriano de São Paulo, em julho de 2017.

Posts relacionados:

Fazendo uma Chemise à la Reine 1780s - sobre a pesquisa e confecção do traje

Fotos por Cleusa Vargas: 



Foto por Rose Steinmetz:


Foto por Anna Barone:


Traje de baile 1810s

   Traje de baile 1810s composto de vestido feito em cetim e chiffon com detalhes em guipir e spencer feito em microgabardine também com detalhes em guipir. Como roupa de baixo, short stays e chemise longa. Todas as peças foram desenhadas e costuradas por mim. As principais referências foram peças de museus e o figurino de Becoming Jane. 

    Usado pela primeira vez durante o III Picnic Jane Austen em abril de 2017.

Posts relacionados: 

Notas sobre construção: fazendo um traje de baile império - um pouco sobre as referências e construção do vestido. 
Desafio de costura histórica II: inovação - processo de pesquisa e costura do short stays. 

Fotos por Italo Vinicius :






domingo, 30 de setembro de 2018

Traje de Passeio 1890s

    Traje de passeio (walking suit) 1890s composto de casaca em gabardine com detalhes em soutache, saia de tafetá e camisa (shirtwais) de tricoline com detalhes em renda e guipir. Como roupa de baixo chemise curta, drawers e corset. Usado durante o VI Picnic Vitoriano em 2017 e um ensaio fotográfico no mesmo ano. 

    Modelo desenhado e confeccionado por mim (exceto corset), tendo como referência os figurinos da Vanessa Ives (Penny Dreadful) e acervos de museus. 

Posts relacionados:

Traje de passeio 1890s - detalhes sobre o processo de costura
Clássicos de horror e mistério do século XIX -  onde comento sobre Penny Dreadful

Fotos por Rose Steinmetz:



 Foto por Felipe Buli:

Foto por Cleusa Vargas:

Foto por Mitsuo Yamamoto: 





segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Frankenstein e 200 anos de ficção científica

 

    Aos moldes do post que fiz anteriormente (Clássicos de horror e mistério do século XIX), nesse trago mais indicações de clássicos da literatura, dessa vez abordando outro gênero pelo qual eu sou apaixonada: a ficção científica. 

    Esse gênero literário tem uma origem curiosa: Ele foi inventado por uma moça em um desafio, em apenas uma noite! Mary Shelley estava em uma reunião na casa de Lord Byron com seu marido, e em determinado ponto da noite Byron desafiou seus convidados a escreverem uma história de horror. Shelley levou bem a sério o desafio e escreveu o conto que daria origem a Frankenstein - Ou o Prometeu moderno. Ela aproveitou avanços na medicina da época para escrever sua história e assim surgiu o que hoje chamamos de ficção científica. 

    De lá pra cá muitos títulos seguindo os mesmos preceitos foram lançados. Resolvi montar uma brevíssima linha do tempo com alguns livros marcantes de várias décadas diferentes ao longo desses dois séculos, que considero clássicos da ficção científica indispensáveis pra quem é fã do gênero.

1818 - Frankenstein

Ilustração por Bernie Wrightson

    A história de Frankenstein - Ou O Prometeu moderno é narrada por Dr. Victor Frankenstein, um estudante incrivelmente talentoso obcecado em dominar a natureza e ser capaz de criar vida. Victor tem êxito em seu projeto e abandona a sua criatura no mesmo instante devido ao horror que sente por ela. Desde então vemos os terríveis acontecimentos que surgiram em consequência desse ato. Ao contrário do que possa parecer pela premissa, a atmosfera de horror não tem como base simplesmente a presença de um monstro na história, mas sim o tormento que criador e criatura sofrem, na expectativa de que um dia possam acertar as contas.  

    Frankenstein é um livro que aborda discussões sobre os limites da ciência e a ambiguidade nos conceitos de bem e mal, herói e vilão. Um livro sobre monstro que fala principalmente de sentimentos humanos. Na minha opinião o maior trinfo da história é a melancolia que transparece e nos faz refletir sobre o que realmente define um monstro.

1895 - The time machine

    Novela escrita por H. G. Wells, acredita-se ser a primeira obra de ficção científica que trata da viagem no tempo por uso de uma máquina. Na história, o personagem principal - chamado apenas de Time Traveler - consegue inventar uma máquina que o transporta para a quarta dimensão, a dimensão do tempo. É a partir que se inicia a sua aventura, a adaptação de um viajante a um mundo bem diferente do seu. É uma das obras mais famosas de H. G. Wells e influenciou várias outras que vieram depois. 

1932 - Admirável mundo novo

    Além de um clássico da ficção científica, Admirável Mundo Novo também figura em listas de distopias clássicas. No futuro imaginado por Aldous Huxley, a sociedade está estruturada em castas, com diversos avanços tecnológicos relacionados a reprodução e controle das emoções. Em contraponto a essa sociedade existe uma espécie de reserva onde pessoas vivem aos moldes do passado, que são chamados de selvagens. Insatisfeito com o mundo em que vive Bernard Marx passa a se aproximar de selvagens e questionar se o modelo de sociedade em que vive realmente é o ideal. 

1950 - Eu, Robô 

Ilustração por Mark Zug

    O livro é composto por vários contos que não estão diretamente ligados, mas são apresentados em ordem cronológica e se passam no mesmo universo futurístico. Nele, robôs já fazem parte do dia a dia da humanidade, o que pode ser uma comodidade e também um perigo. Apesar de não ter sido o primeiro livro sobre robôs, Eu, Robô é um dos livros mais importantes sobre o assunto e as leis da robótica propostas por Isaac Asimov são seguidas por vários outros escritores até hoje. 

1968 - Androids sonham com ovelhas elétricas?

    Outra grande distopia, Androids sonham com ovelhas elétricas? se passa na pós apocalíptica São Francisco de 2021, onde Rick Deckard trabalha como caçador de recompensas. Por causa de gases tóxicos que poluem a Terra (causados por desastres nucelares) a maioria dos humanos migraram para outros planetas, ficando no planeta o que seria considerado a escória da sociedade, pessoas que não são inteligentes o suficiente, caçadores de recompensas, androides disfarçados. Mas o livro não foca nesse futuro distópico mas sim no dilema moral de Rick, que precisa exterminar robôs tão avançados que a diferença deles para os seres humanos são extremamente sutis. 

1985 - Ender's game

    Por vezes classificada como uma ficção científica militar, o livro foi escrito por Orson Scott Card. O ponto de partida da história é o conflito entre uma raça alienígena - os Formics, e os humanos. Num futuro sem data especificada, a Terra foi invadida por uma raça alienígena que no passado deixou vários danos ao planeta. Desde então, crianças são enviadas para centros de treinamentos físicos e psicológicos para que a humanidade esteja apta a se defender de uma próxima invasão. Entre essas crianças está Ender, que ainda que seja considerada uma criança indisciplinada é extremamente inteligente e se destaca na escola de combate. Apesar da polêmica sobre a violência  no livro, ele foi bem recebido pela crítica e inclusive foi leitura sugerida de agências militares. 


1990 - Jurassic Park 

Ilustração por Mark Englert

    Talvez uma obra que dispense apresentações, Jurassic Park definitivamente foi um marco na ficção científica contemporânea. Usando a manipulação genética e descobertas sobre DNA como plano de fundo para seu thriller Michael Crichton trouxe dinossauros de volta à vida em uma espécie de parque temático. Não há como medir a influencia desse livro, que fez com o que interesse em dinossauros crescesse de forma exponencial e que inspira não só outras obras da ficção mas  também cientistas que tentam recriar o que Crichton imaginou. 


    Seria impossível resumir séculos de produção literárias em apenas um post, e cada uma dessas obras certamente poderia ser explorada em textos mais detalhados, mas a ideia aqui foi apresentar um panorama e indicar obras que eu gostei ou considero interessantes, por apresentarem a ficção científica de diversos pontos de vistas. Espero que tenham gostado. Apesar de não ser um tema muito frequente, eu realmente adoro escrever sobre literatura e ainda pretendo abordar o tema outras vezes por aqui. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Traje de chá 1890s

    Traje de chá da década de 1890 composto de vestido em tricoline, swiss waist em tafetá e robe em voal, feitos por mim. Como rouba de baixo chemise longa e bumpad feitos por por mim e corset réplica de um modelo histórico por Josette Blanchard. 

    Modelo desenhado por mim, inspirado em exemplos de museus. 

Posts relacionados: 

Traje de chá 1890s - detalhes sobre o processo de costura
Inspiração: Tea gowns - exemplos de tea gowns históricos
Tutorial: Swiss waist  - pesquisa e tutorial 

Fotos por Rose Steinmetz:






Foto por Cleusa Vargas:



domingo, 26 de agosto de 2018

1 peça, 3 looks: edição vitoriana


    Fazer um traje do zero é uma experiência muito bacana. Pesquisar silhuetas, materiais, cortes... ver o seu kit se completando peça por peça. Mas a versatilidade também tem seu charme. Afinal, porque não aproveitar aquela peça que deu tanto trabalho para ser feita ou foi custosa de adquirir usando-a mais vezes? É bem possível recombinar peças na recriação histórica.



    Essa prática de reutilizar peças certamente não surgiu com revivalistas e reenactors. O robe a la transformation é um bom exemplo de como as próprias vitorianas recombinavam suas peças para poder usar a mesma roupa em mais de uma ocasião. Em museus encontramos não apenas peças que foram customizadas para se adaptar ao estilo de uma outra década, como algumas que foram completamente descosturadas para reaproveitar o tecido!

    Nesse post eu vou mostrar como reaproveitar uma saia que é básico no guarda roupa vitoriano: uma saia de passeio preta.


01 - Em um traje de baile 1880s



    Um traje de baile da década de 1880 era tradicionalmente composto por um corpete, uma saia drapeada uma saia simples por baixo. Foi a primeira vez que usei essa saia e já fiz ela em preto pensando em recombiná-la mais tarde. Eu falo mais de como costurei ela nesse post.

02 - Em um traje de passeio 1890s



    No traje de passeio usava-se uma saia simples com poucos recortes e detalhes junto de casacos, camisas e outros acessórios. Em 1890 temos muitos exemplos de conjuntos assim já que uma vida mais ativa era recomendada. Para o meu traje me inspirei na Vanessa Ives, e como já tinha a saia eu praticamente precisei fazer só o casaco e a camisa pra ter um traje novo ideal para picnics ou outros eventos ao ar livre.

03 - Em um traje de luto 1890-1900s



    Esse eu usei brevemente, em um evento da SHD. Eu precisava de algo para usar durante algumas horas antes de me trocar e colocar um traje de banho (também registrado aqui no blog), então resolvi apenas recombinar peças que eu já tinha. Além da já costumeira saia de passeio, usei uma camisa no estilo shirtwaist (modelo popular na década de 1890 e que continuou a ser usado na era eduardiana), e tentei dar um aspecto mais eduardiano ao traje com os acessórios, como o chapéu, cinto e broche.

Concluindo

    Eu realmente gosto dessa saia e com certeza a usaria ainda mais vezes. Em geral o que costumo repetir em meus trajes são as roupas de baixo, mas vez ou outra reaproveito alguma peça de outro traje. É uma forma de ter um traje novo de forma prática e rápida.

     Começar na reconstrução histórica pode parecer complexo e custoso, mas ter um recorte histórico definido tem suas vantagens, pois conforme você vai montando seus trajes você ao mesmo tempo está construindo um guarda roupa da mesma forma que uma pessoa da época teria. Quando penso em 1880-90, vejo que já tenho traje de passeio, de banho, de baile, de chá...já estou pronta para viajar no tempo, falta só o meio de transporte, haha.

    Quem indicou o tema desse post foi a Mariana, do grupo Ateliê da História. Eu adorei a ideia e estou até considerando utilizar o mesmo modelo pra falar sobre outras épocas... o que acham?

terça-feira, 31 de julho de 2018

Como uma mulher vitoriana se vestia: parte II

II - questões socioeconômicas e tecnológicas na produção das roupas


    Diferenças socioeconômicas eram refletidas nos trajes e sempre foi possível definir a que classe da sociedade uma pessoa pertencia de acordo com a sua vestimenta, e durante o século XIX isso se manteve evidente. Além disso, a moda também era um espelho que refletia o desenvolvimento tecnológico da época. Apresento aqui algumas curiosidades que influenciavam a moda vitoriana e nem sempre são citadas quando falamos sobre as mudanças de silhueta nos vestidos.

Opções na hora de confeccionar



    Durante o século XIX as fashions plates começaram a se tornar mais populares e isso contribuiu para que as mudanças na moda se espalhassem mais rapidamente e de forma mais 'democrática'. Isso acontecia em todas as classes sociais, afinal um vestido originalmente feito em seda poderia ser copiado em algodão estampado e ser usado pelas classes trabalhadoras, por exemplo. Moradoras do interior poderiam copiar a moda da capital usando revistas de moda como referência. 

    Apesar de todas as mulheres bem educadas saberem costurar e terem diversas habilidades manuais, as peças mais trabalhosas eram deixadas na responsabilidade de profissionais, pois um erro poderia significar o desperdício de tecido e dinheiro.

    Para atender essa clientela existia o “travelling dressmaker” (algo como costureiro de viagem), que ia na casa da pessoa fazer o molde e cortar o tecido, e supervisionava a costura da dona da casa e suas filhas. Essa opção costumava ser econômica caso fossem feitas várias peças, como um vestido para cada filha.

Sobre estar 'na moda' 

    Usar vestidos antigos para reproduzir o molde também era uma opção, mas que deixaria a pessoa atrasada na moda. Para as mais pobres, também haviam as lojas de segunda mão. Algumas trabalhadoras também recebiam roupas de suas patroas.

    Assim como a classe mais pobre usava roupas mais antigas e atrasadas na moda, para quem era das classes mais altas da sociedade estar sempre atualizado era imprescindível, para não parecer ser da classe trabalhadora. Por isso as mudanças na silhueta durante o século XIX são mais rápidas do que nunca aconteceu antes na história da moda. Os cortes mudavam a todo momento e isso movimentava todo o mercado da moda, que passou a crescer e se tornar o que é hoje. 


Influência de descobertas tecnológicas na moda

Ilustração de uma fábrica de crinolinas do século XIX

    O desenvolvimento da imprensa no século XIX influenciou muito a moda vitoriana, já que a partir de 1860 os materiais tornam-se mais baratos e assim publicações relacionadas à moda acabam sendo acessíveis a um número maior de mulheres. Dois exemplos de publicações assim são a The Ladie’s Cabinet, revista de 1839, e a The Englishwoman’s Domestic Magazine, que em 1862 tornou-se extremamente popular. Moldes vendidos em tamanho real existem na Inglaterra desde 1830, mas também foi a partir da década de 1860 que elas começaram a se popularizar. 


    Outro ponto importante foram invenções em tingimentos de tecidos. A partir de 1856 cores mais exuberantes como verde esmeralda, malva, magenta entre outras começaram a ser produzidas, por conta das descobertas de William Perkins. A invenção da máquina de costura em 1851 fez com que os detalhes das roupas aumentassem, assim como a quantidade de roupas que cada mulher tinha. Por volta do final da década de 1880s, o mercado ready-to-wear feminino começou a se equiparar ao masculino, principalmente o de roupas de baixo, que antes eram comumente feitas em casa.

Distinções de vestimentas entre as classes da sociedade 

    Em uma sociedade extremamente preocupada com normas sociais, havia uma distinção mesmo entre as classes mais baixas, dos ‘pobres respeitáveis’ aos desesperados. "Enquanto você conseguir manter as aparências, ainda há esperanças, mas decaia do nível aceitável de padrões de vestimentas e portas serão batidas na sua cara, oportunidades serão negadas para você", diz Ruth Goodman. Ter um vestuário decente fazia de você empregável, por exemplo. Haviam também adaptações na vestimentas de acordo com a profissão: As mulheres que faziam trabalhos mais pesados (pit girls) usavam uma espécie de calça larga, enquanto suas saias eram mais curtas, na altura do joelho, e as as fisherwoman também adaptavam suas roupas, deixando a saia mais curta, usando aventais...Mas como regra geral, mesmo as mulheres que trabalhavam fora se vestiam bem, de acordo com a moda da época. 

Loja de roupas usadas, 1876-1877

    Algodão era a fibra predominante no guarda-roupa feminino, principalmente em relação a roupas de baixos, e tinha a vantagem de poder vir em uma gama maior de cores e estampas. O linho também era usado, porém era mais caro, o que acabada tornando o tecido um sinal de status. Uma prática comum de quem não podia investir muito em tecidos era reaproveitar lençóis para produzir as roupas de baixo da família. 

    A moda foi um ponto importante na era vitoriana e é possível dizer muito sobre a sociedade da época enquanto pesquisamos sobre moda. Ela podia influenciar até mesmo no espaço físico e arquitetura, com cadeira se sofás mais amplos para comportar as crinolinas, ou o hábito de nunca deixar objetos abaixo da altura da cintura, pois podiam ser derrubados. Profissões diretamente relacionadas à moda passam a existir e um ato que a princípio parece simples, como o ato de se vestir, se torna cada vez mais carregado de significados e dita o lugar daquela pessoa na sociedade.

Referências:

GOODMAN, Ruth. How to be a victorian. Londres: Penguin Books, 2014

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Como uma mulher vitoriana se vestia: Parte I

I - Peças do guarda roupa e seus significados 


    Quais itens eram essenciais no guarda-roupa de uma mulher bem vestida na era vitoriana? Ainda que reparemos mais nos vestidos armados e cheios de detalhes, existiam várias outras peças que ajudavam a compor o visual feminino e podiam representar status, novidades tecnológicas e até mesmo tendências. Explorando alguns detalhes e curiosidades sobre as peças, apresento um breve guia de como uma mulher vitoriana se vestia. Nas montagens, busquei trazer exemplos de peças do início, metade e final do período para ilustrar.

 Chemise 


    O processo de se vestir se iniciava pela chemise, que era a primeira peça a estar em contato com o corpo e por conta disso também era lavada com mais frequência. De um ponto de vista cultural, a chemise era carregada de um ar de pureza, sem apelo sexual. O que significava que não havia nada de provocante na imagem de uma mulher vestida apenas de chemise na propaganda de uma marca de sabonetes, por exemplo. 

 Drawers 


    Espécie de calçola cujas pernas são unidas apenas no cós, os drawers começaram a ser mais usadas no século XIX e já surgiram causando certo alvoroço por serem ‘imitações’ das calças masculinas, o que era considerado escandaloso em uma época onde papéis de gênero eram bem distintos. Com a chegada da crinolina, elas foram bem mais aceitas por impedir que as pernas fossem mostradas por conta do movimento da peça. Para mulheres que estavam acostumadas a ter diversas camadas de tecido em volta de sua perna, estar apenas com drawers embaixo da saia poderia ser desconfortável.

    No final do século XIX aparecem as combinações, macacões feitos em linho ou seda, geralmente bem decorados e que substituíam o uso de chemise e drawers. 

Meias


    A partir de 1837 as meias começaram a ser tricotadas em máquinas, com algumas opções de cores. Até então o branco estava na moda mas a partir de 1850s cores vivas e padrões começaram a ser usados pelas mais jovens, ao ponto de no fim do século meias calças pretas e lisas serem vistas como algo mais conservador. A lã era o material mais indicado e com um preço razoável, meias de seda eram um luxo para poucas e uma meia ricamente decorada com bordados podia ser algo considerado sedutor, já que os tornozelos ficaram à mostra com o movimento das saias e anáguas. 

    Até a década de 1880 as meias eram presas por jarreteiras, mas depois começaram a ser presas por suspensórios em um cinto e depois com os mesmos presos no corset.

    Idealmente chemises, drawers e meias eram peças trocadas diariamente. O mais comum é que essas peças fossem claras e simples. Uma roupa de baixo enfeitada era um grande sinal de status, assim como mantê-las sempre bem asseadas. 

Corsets



    Corsets eram usados por mulheres de todas as classes sociais e era uma peça extremamente importante e significativa.


“Eles proporcionavam moda, naturalmente, mas para a mente vitoriana eles também proporcionam auto-respeito, sedução, conformidade social e uma série de benefícios à saúde” 
Ruth Goodman. How to be a victorian, p.64 


    Acreditava-se que os órgãos internos das mulheres precisavam de suporte, e havia também o fato de muitas delas perderem o tônus muscular por usarem corset desde cedo. Usar um corset também facilitava a manter uma boa postura e mantinham o corpo aquecido. Apesar de uma item controverso, médicos da época apoiavam o uso do corset, e só se preocupavam com a prática do tight lacing - o uso de corsets muito apertados a fim de modificar as costelas flutuantes e afinar a cintura..

     Apesar de entre 1840 e 1850 os corsets serem comumente feitos em casa a partir de 1860 isso muda, quando é desejável ter uma cintura mais fina e os corsets feitos por profissionais providenciavam isso. Também é nessa época que surgem marcas renomadas de corsets, cujas peças são extremamente elaboradas e refinadas.

    A partir da década de 1890, onde as cinturas estão finas como nunca estiveram e os corsets cada vez menores, como resultado dessa discussão sobre a saúde e os malefícios do tight-lacing surgiram os chamados corset saudáveis, como eram divulgados. Alguns inclusive sendo indicados para prática de esportes. 

    É possível falar muito sobre corsets, e inclusive já tem um post no blog sobre o assunto que recomendo a leitura: E essas mulheres que se apertavam em corsets? 

Anáguas e outras peças de suporte



    O kit básico que era usado por todas as mulheres consistia de anáguas em uma anágua de flanela e outra de algodão, mais próxima à pele. Entre 1849 e 1850 as mais fashionistas usavam mais peças para dar volume à saias, como a anágua de cordão (que era barata e fácil de confeccionar), anáguas acolchoadas, de babados, entre outras.

     A crinolina foi inventada em 1856 e passou a substituir o uso de várias anáguas. Conforme meninas tinham que reaprender a sentar-se e andar por conta da crinolina, cartunistas adoravam usar a crinolina como tema de suas sátiras. O uso da crinolina inclusive movimentou a economia por conta da quantidade de aço que era utilizado em sua confecção. Ainda que pareça algo que restrinja movimentos, parte das mulheres trabalhadoras também usavam crinolinas, como costureiras. Algumas também deixavam para usar a crinolina apenas aos domingos.

     Mais ao final do período surge a bustle pad, que são almofadas comumente recheadas com penas, quando a moda passa a ser saias cujo volume fica na parte de traz e com muitos drapeados

Complementos 



    Corset covers, chemisettes, coletes e camisoles eram usadas pra esquentar, suavizar as marcas das barbatanas sob o tecido do vestido e mostrar algum detalhe no decote ou mangas. E, novamente, quanto mais enfeitadas mais status demonstravam, assim como usar mais camadas de roupas demonstrava que a mulher era ociosa e tinha uma criada para ajudá-la a se vestir. 

Vestido


    Finalmente, a peça que chama a nossa atenção logo de cara. Usualmente consistia em duas peças separadas, o corpete e a saia. Também era comum que a mesma saia tivesse dois corpetes diferentes, um para ser usado de dia e um para uso noturno (vestidos assim eram chamados de robe a la transformation). Haviam diversos tipos de vestido e cada um para uma ocasião distintas. Vestidos de passeio, de jantar, viagens, bailes...sem contar os trajes esportivos. 

Outwear e outros adereços 


  Como sobreposição haviam capas, jaquetas e xales para o frio. Outros acessórios que complementavam o visual eram tiaras, chapéus, luvas, cintos, broches, entre outros. Variar os acessórios sempre foi uma boa forma de dar uma cara nova a um visual repetido e as vitorianas seguiam isso.


    E assim temos um traje completo! Certamente não é possível abranger com detalhes a moda de décadas em apenas um post, a intenção foi apresentar de forma breve os principais itens que são necessários na recriação histórica e trazer algumas curiosidades sobre eles. Espero que tenham gostado e logo volto com a parte II, falando sobre a confecção dessas peças. 

Referências:

GOODMAN, Ruth. How to be a victorian. Londres: Penguin Books, 2014

terça-feira, 26 de junho de 2018

Esse tal de historicamente correto


   Em meios revivalistas e de recriação histórica muito se fala sobre o historicamente correto e acurácia histórica. Mas afinal, o que é esse tal de historicamente correto? Isso é algo realmente importante? A resposta curta é: depende. A resposta longa segue no texto abaixo.

    Quando reproduzimos trajes históricos, em geral a ideia é chegar o mais próximo possível de algo que seria usado na época. É basicamente isso que diferencia um traje histórico de uma fantasia, essa pesquisa e cuidado com os detalhes. Para que um traje seja historicamente correto, ele precisa atender a alguns requisitos.

Aspectos que definem a acuidade histórica

    Quem já viu os meus posts para o Desafio de Costura histórica já reparou que eu costumo dividir a acuidade histórica em 4 campos: aparência, modelagem, técnicas e materiais.

    Aparência: seria o conjunto todo, o resultado final. Olhar para aquela peça e ver que ela realmente parece da época que você está reproduzindo e aparenta ter saído de um museu.

     Modelagem: a altura da cintura, localização das pences, formato da saia... Estudar a modelagem de um período é importante para conseguir atingir a silhueta correta.

     Técnicas: geralmente envolve tipos de costura, pontos, bordados, fechos. Cada época vai ter uma forma de montar de construir uma peça diferente da outra.

    Materiais: eles vão afetar não só o visual final mas também por terem propriedades diferentes acabam impactando o caimento. E apesar de atualmente não termos mais barbatanas feitas com osso de baleia, por exemplo, é conhecendo as características e função dos materiais utilizados que conseguimos pensar em substitutos que façam sentido.

Técnicas vs contexto social 


Dame en Dienstbode, por Veermer (1667)

    A acurácia histórica também precisa ser contextualizada. Exemplificando: ainda que seda roxa seja um tecido historicamente correto na Era Tudor, ele não seria utilizado em um traje em um traje de classe baixa. Na Era Vitoriana, um vestido de uso diurno tem tecidos e cortes diferentes de um vestido de baile.

    Ao pensar em fazer algo que seja o mais aproximado da realidade possível, a pergunta 'a realidade de quem?' precisa ser respondida. E é aí que entram as personas históricas. Pensar em qual integrante da sociedade você vai basear seu estudo e compor seu traje. Classe social, ocupação e ocasião são alguns dos aspectos que influenciam e muito o tipo de roupa que era usado numa mesma época.


Sobre figurinos e liberdade artística

    Figurinos de filmes de época acabam sendo um capítulo a parte porque os trajes que ali estão tem um papel importante que é ajudar a contar a história, a função não é necessariamente dar uma aula de história da moda. Por isso vemos muitas peças estilizadas ou feitas com técnicas modernas, que economizam tempo e dinheiro. 

Moulin Rouge e The Young Victoria, ambos filmes que se passam na era vitoriana mas com propostas de figurino bem diferentes 

    Então muitas vezes um figurino que não é historicamente correto pode ser bem interessante, como é o caso de Moulin Rouge. Ele é um musical que se passa na frança do século XIX, mas temos músicas modernas, e o filme inteiro é 'temperado' com toques contemporâneos em meio ao que seria histórico. Dentro desse contexto, um figurino mais estilizado é válido e coerente.

    Mas quando você representa uma personalidade histórica e quer passar credibilidade ou se propõe a informar, o ideal é que o figurino seja o mais fiel possível à época e os figurinistas costumam seguir essa fórmula em biografias.

Concluindo

    No fim das contas a acurácia histórica se resume a uma escolha, uma que tem a ver com seus objetivos. Ainda que o historicamente correto seja um vestido medieval de lã natural tingido de forma artesanal todo costurado à mão, não é como se houvesse uma Interpol do Historicamente Correto que vai te prender se você utilizar lã de acrílico e fazer as costuras internas à máquina para economizar tempo.

    A minha maior preocupação nos trajes que faço costuma ser a aparência. Eu prezo por algo que pareça ter saído de um museu, o que no fim das contas acaba envolvendo estudar a modelagem para reproduzir uma silhueta, pensar em materiais que sejam equivalentes e por aí. Ou seja, é um trabalho em conjunto. Mas também me importo muito com a praticidade, então se eu puder costurar algo a máquina eu vou fazer isso sem o menor peso na consciência.

    Ainda que a definição de acurácia histórica em trajes não seja um consenso dentro da comunidade recriacionista e muito se discute sobre o fato de ser impossível ter algo 100% historicamente correto, pensar sobre esses aspectos tem a ver com refletir sobre o propósito de um traje e ajudam na hora de definir detalhes e planejar a confecção de forma que ela tenha o melhor resultado possível dentro daquilo que é importante para você.

Referências/ recomendação de leitura: 

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Livro: O lar da Srta Peregrine para crianças peculiares

    Voltando com as resenhas de livros, o comentado dessa vez será O lar da Srta Peregrine para crianças peculiares, escrito por Ranson Riggs e lançado em 2011. Talvez a escolha pareça um tanto off-topic para o blog por ser uma fantasia juvenil, mas ele envolve algumas coisas que eu adoro: fotografias antigas e um quê de horror muito interessante.



"Era como se a constância da vida deles ali, os dias sem mudanças, aquele verão perpétuo e imortal, tivesse prendido suas emoções como fizera com seus corpos, selando-os em juventude como Peter Pan e seus Meninos Perdidos." 

     A história é contada a partir do ponto de vista de Jacob Portman, um garoto americano de 16 anos que vem de uma família abastada. Seu avô tinha uma coleção de fotos excêntricas e sempre contava várias histórias sobre crianças com habilidades sobrenaturais que viviam sobre a tutela de uma mulher que podia controlar o tempo e se transformar em ave. Apesar de fantasiosas Jacob sempre acreditou nessas histórias, por mais que isso causasse conflitos com seus pais .

   Até que seu avô é morto de uma forma brutal, e Jacob vê que o culpado foi uma criatura monstruosa (que depois descobrimos ser um etéreo, seres sobrenaturais que foram corrompidos), todos acham que Jacob está louco e ele começa a se consultar com uma psiquiátra, que sugere como forma de tratamento que ele vá até a ilha da qual seu avô falava, para poder confrontar a realidade com a fantasia e começar a aceitar melhor a morte de seu avô. 

     O que acontece quando Jacob chega a essa ilha é justamente o contrário, ele descobre que o Lar da Srta Peregrine é real e passa então a se envolver cada vez mais com seus moradores, o que inclui enfrentar inimigos em comum.

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    Ranson Riggs leva o conceito de livro ilustrado para outro nível. Em O lar da Srta Peregrine para crianças peculiares as imagens são tão importantes quanto o texto. O autor costurou uma história em volta das fotos curiosas que ia encontrando. Boa parte são de sua coleção pessoal e as imagens são autênticas, e saber disso me causou um impacto ainda maior.

    A leitura é bem envolvente, realmente é daqueles livros difíceis de largar. A narrativa muitas vezes pende pro horror, com essa clima de mistério e sobrenatural envolvendo as fotografias e alguns personagens. A obra é considerada como dark fantasy.

Cidade dos Etéreos e Biblioteca de Almas

"Não tem a ver com destino. Acho que existe um equilíbrio no mundo, e as vezes forças que não compreendemos intervêm, botando mais peso no lado certo da balança."

    No segundo livro somos imergidos ainda mais no mundo dos peculiares, e podemos acompanhar também o desenvolvimento de vários personagens. O ritmo é mais rápido pela busca que Jacob precisa fazer junto de seus amigos. 

    Apesar de ter me decepcionado um pouco com o fato de as fotografias no terceiro livro não serem tão protagonistas, ainda assim considero um ótimo livro! Minha única ressalva é o fato de eu ter tido a impressão de que o autor optou por algumas soluções 'fáceis' para que seus personagens conseguissem lidar com os conflitos do clímax, de qualquer maneira, fiquei bem satisfeita com o desfecho.


    O lar da Srta Peregrine para crianças peculiares é uma série que assim que você termina de ler sente saudades dos personagens. Para mim o seu maior triunfo é essa experiência de leitura incrível. É uma coleção bem singular e eu confesso que achei bem marcante. 

     Espero que tenham gostado do post e se interessado pelos livros! 

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Muito antes da Vogue: as primeiras publicações de moda

Vogue, 1930s

    Hoje é possível encontrar uma infinidade de revistas dedicadas a falar sobre moda, seguimentadas por estilo, idade, geografia...as opções são inúmeras. Estão disponíveis em bancas de jornais, livrarias e até mesmo na internet. Mas como elas surgiram? Quais foram as primeiras? Como se popularizaram? Nesse artigo trago uma breve história das publicações de moda.

O início das publicações de moda: 


The Ladies Mercury. 1697

    As primeiras revistas de moda apareceram nas décadas de 1770 e 1780. Como a Lady's Magazine, um almanaque de novidades dedicado a damas que apresentava ilustrações de moda a partir de 1770 e a Journal dex Luxus und der Moden, que surgiu na década seguinte. Anterior a isso houveram outras tentativas também no século XVIII: a Courrier  des Nouvellistes (1728) e a Journal du Gôut, em 1768, que não eram periódicos regulares. Em 1785 surge o O Cabinet des Modes, com gravuras em cores e o Journal de la Mode du Goût, que depois passou a se chamar Journal  des Modes Nouvelles Françaises et Anglaises e foi famoso em toda a Europa, publicado até 1793.

    Até então as novidades sobre moda eram apresentadas em revistas de assuntos gerais como a The Ladies Mercury, no século XVII. Ela era como um spin-off do The Athenian Mercury e foi a primeira divulgação direcionada especificamente para mulheres, ficando em circulação apenas durante quatro semanas. Era escrita por um homem e falava sobre casamento, vestimenta entre outros assuntos, tudo em em duas laudas de texto.
Edição de Journal de La Mode du Goût de 1790

    Usar a moda como propaganda política não é uma novidade, e durante a revolução francesa publicações passaram a sugerir uma moda para os revolucionários. O próprio Journal de la Mode du Goût sugeria que as mulheres usassem as cores da bandeira da frança em suas roupas, para demonstrar patriotismo. 

As fashion plates:



Galerie des  Modes et Costumes Français

    O que ficou muito popular em revistas de moda são as fashion plates, ilustrações demonstrando os estilos, detalhes e materiais que estavam em voga. Essas ilustrações eram trocadas entre amigas e levadas em costureiras para serem reproduzidas. Facilitavam o acesso das mulheres de classe média e trabalhadora às novidades em relação à vestimenta, o que fez com que fosse mais rápido acompanhar as mudanças na moda.

    Ao longo do século XVIII vários ilustradores se especializam em registrar a moda, como Gravelot, Moreau le Jeune, Desrais, Le Clerc entre outros. Essas ilustrações eram publicadas em revistas, que até então não contavam com a fotografia. Nessa área, a Galerie des  Modes et Costumes Français era uma referência, com uma série de 500 fashion plates ilustrando a moda entre 1778 e 1787.

O crescimento das revistas:

      A partir de 1815 as publicações de moda se multiplicam e vários outros nomes começam a surgir e consequentemente as mudanças em silhueta passaram a ser cada vez mais frequentes, já que temos aí a consolidação do sistema da moda como conhecemos hoje.

    No século XIX as revistas femininas tiveram um papel importante, visto que auxiliavam na educação das mulheres. Uma revista expressiva nos Estados Unidos era a Godey's Lady's Books, publicada de 1830 a 1878, que era a mais popular na época. Bem conhecida por suas fashion plates coloridas, a revista também apresentava moldes para as mulheres reproduzirem os vestidos em casa.

Englishwoman's Domestic Magazine

    Havia também a Englishwoman's Domestic Magazine, direcionada a mulheres de classe média que faziam a maior parte de seus afazeres domésticos. Com colunas sobre culinária, animais de estimação e, principalmente, moda. A partir de 1860 as edições vinham com ilustrações coloridas e moldes.

    A Ladies Magazine, publicada entre 1828 e 1837 foi a primeira revista a ter uma mulher como editora, a Sarah Josepha Hale, mulher influente na época. Revistas de moda masculinas surgiram somente em 1920, coma  Der Herr, revista alemã. 

Da era vitoriana ao presente, revistas que viajaram no tempo: 

    Das revistas que ainda estão em circulação, podemos citar a Hapers Bazaar. Iniciada em 1867, se descrevia como "Um receptáculo de moda, deleite e instrução", e seguindo o padrão da época também publicava literatura, tendo em suas edições textos de Charles Dickens, Henry James entre outros grandes escritores. 


     Provavelmente a revista de moda mais conhecida no mundo, a Vogue teve sua primeira publicação em 1892 nos Estados Unidos, e durante a I Guerra Mundial passa a ser impressa na Europa, com uma edição inglesa e francesa nos anos seguintes. A ascensão da Vogue durante o século XX daria um post inteiro, mas basta dizer que hoje é uma das revistas que mais influenciam o mercado da moda e apresenta grandes profissionais da área. 

    Publicações de moda da época são uma boa fonte de pesquisa sobre moda e estilo de vida das mulheres. Muitas delas podem ser encontrada em sites com publicações em domínio público, como o Archive.org e o Google Books. Mas é necessário levar em consideração que os modelos apresentados ali são idealizados e não necessariamente representam a realidade, da mesmas forma que as revistas atuais contém propostas de tendência mas não são um retrato fiel do que é usado nas ruas. Ainda assim, são ferramentas bem interessantes para estudar história da moda e sua relação com os costumes da época. 

Bibliografia: 

História da moda no ocidente, François Boucher
Moda: uma filosofia, Lars Svendsen
Journal de la mode et du Gôut (1790)
The American Ladie's Magazine (1828)
A Modista do Desterro: A moda na revolução francesa
Atelier Nostalgia: Inspiration - Journal de la mode et du goût
Hapers Bazaar: History of Hapers Bazaar
The Guardian: Zeal and softness
Vogue: History
Wikipedia: The Ladies Mercury